Two Point Museum: Gerenciamento aconchegante e divertido
A produtora britânica Two Point Studios vem aperfeiçoando a fórmula de seus games a cada novo lançamento e o recente Two Point Museum é prova de que a prática leva à perfeição – ou chega bem perto. O estúdio, formado por veteranos da saudosa Lionhead (de Fable e Black & White) domina a fórmula de jogos de gerenciamento e simulação ao estilo “formigueiro”, combinada com uma boa dose de bom humor e um cuidado ímpar com os detalhes. Essa receita resulta em jogos que prendem a atenção do jogador por horas, sempre com um sorriso no rosto.
Enquanto os jogos anteriores se passavam em hospitais (Two Point Hospital) e universidades (Two Point Campus), Two Point Museum leva a brincadeira para, bem, o museu. O que poderia ser só uma variação de TP Campus se revela a melhor escolha possível para a franquia, permitindo uma grande variedade de temas para explorar em um mesmo ambiente, além de introduzir novas mecânicas, no caso, as Expedições, que aprimoram a fórmula dessa franquia tão divertida e aconchegante. Confira a seguir o trailer de lançamento:
Como é jogar Two Point Museum?
Two Point Museum chega oficialmente nesta terça-feira, 4 de março, mas já estava disponível em acesso antecipado. Eu recebi minha cópia da Sega e testei o jogo no Xbox Series X. Acredito que o PC ainda seja a melhor plataforma para jogos de gerenciamento e estratégia, pois jogar com o mouse e teclado nesses games é sempre a melhor escolha. Mas não é de hoje que jogos do tipo são adaptados para os consoles e eu sempre gostei de acompanhar as soluções criadas pelos estúdios de games, tanto na interface quanto nos controles, para permitir que os jogadores possam construir seus mundinhos e comandar suas unidades usando apenas o controle. O jogo da Two Point Studios funciona muito bem no gamepad do Xbox – e imagino, igualmente no Dualsense do PlayStation – mas pode exigir um pouco de hábito ao saltar de um menu para outro no modo de construção. Como eu dizia lá no começo, a prática leva a perfeição e, em geral, a campanha principal de Two Point Museum faz um ótimo trabalho em introduzir as mecânicas e comandos do jogo.
Há cinco museus para gerenciar ao longo da campanha, começando com um museu de arqueologia, com seus fósseis e ossadas de dinossauros. É preciso posicionar as peças em exposição, instalar decorações e cartazes informativos, uma bilheteria, contratar zeladores para manter tudo limpo e assim por diante. Também é preciso manter tudo em perfeito estado de conservação e buscar formas de deixar a exposição mais atraente para os visitantes, aumentando o nível de ‘burburinho’ (a localização do jogo é muito boa, com termos engraçados e que fazem todo o sentido, e boas explicações para cada mecânica e efeito). Os visitantes não só pagam ingresso para passear no museu, mas também fazem doações para o museu, o que gera um fluxo de caixa que você pode investir em novas instalações, decorações e mais profissionais.

Rapidamente entra em cena a mecânica de Expedições, a grande novidade de Two Point Museum em comparação com os jogos anteriores. Você precisa enviar equipes para cantos distantes do mundo em busca de novas peças para o museu. Cada expedição tem um custo e leva um tempo para os membros da aventura se recuperarem antes de embarcar em uma nova jornada. Gerenciar quem vai em cada viagem, descobrir qual recompensa virá da aventura e buscar completar as coleções ou investir em um novo destino para as expedições… são muitas possibilidades que expandem a diversão e tornam a experiência menos previsível.
Os diferentes temas possíveis de se explorar ao trabalhar com museus contribuem para que o jogo seja menos previsível. Você pode ter uma exposição assombrada com fantasmas, por exemplo, e aí é preciso investir em decorações e móveis da Era Vitoriana para que eles se sintam em casa e entretenham os visitantes. Também há o risco do museu ser visado por ladrões, interessados nos tesouros valiosos em seu interior. Para detê-los, é preciso investir em seguranças e equipamentos de vigilância.
Toda hora tem alguma coisa acontecendo nas suas instalações, desde probleminhas cotidianos como visitantes que jogam lixo no chão ou deixam cair refrigerante, até uma exposição temática do Sonic (os itens do Sonic vieram como bônus de pré-venda e incluem estátuas, brinquedos para a lojinha do museu e roupas para os visitantes, entre outras peças). Para mim, o mais divertido é acompanhar as ações e reações dos visitantes e funcionários. Eles perambulam pelo museu, interagindo com as peças e objetos que você coloca em seu caminho, sempre de maneira engraçada. É como um formigueiro humano com um toque de comédia.
O desafio da campanha vem não só de gerenciar seu museu, ampliar suas exposições e colecionar novas peças, mas de fazer isso em vários museus diferentes ao mesmo tempo, indo e vindo entre eles para manter tudo funcionando. É preciso contratar novos funcionários, com habilidades melhores e que pedem salários mais altos, e mesmo assim, você vai acabar se esquecendo de algum detalhe e quando voltar ao museu, terá que lidar com as consequências disso. Não é estressante como um Sim City da vida, mas tentar manter as coisas em ordem conforme os museus crescem em tamanho, complexidade e número de visitantes é sempre desafiador.
Os menus do jogo facilitam essa atividade, com uma interface fácil de navegar e que sempre explica o que você precisa saber. Ferramentas de construção e decoração, compra de itens, mensagens, tudo é bem organizado e de rápido acesso, sem muita burocracia. No começo, talvez você se perca ao tentar construir uma sala ou loja de lembrancinhas e selecionar objetos que não deveriam estar ali, mas na pior das hipóteses, é fácil cancelar, vender tudo e começar aquele cantinho de novo.
Além do modo campanha, também há um modo Sandbox, em que você pode construir e aperfeiçoar seu museu dos sonhos, sem precisar saltar entre diferentes instalações. Dá para passar muito tempo aqui, mas recomendo experimentar bastante a campanha primeiro, para pegar o jeito das mecânicas do jogo.
Ótimo jogo de gerenciamento

Não se deixe enganar pelo visual colorido e caricato de Two Point Museum: o jogo é engraçado e aconchegante, fácil de aprender e de se envolver, mas isso não quer dizer que seja uma experiência superficial. A produção da Two Point Studios é um ótimo jogo de gerenciamento, com muita coisa para ver e fazer, uma grande atenção aos detalhes e um senso de progresso constante. Quando você menos notar, terá passado muitas horas imerso nos corredores e exibições do seu museu, ansioso pelo que sua equipe descobrirá na próxima expedição.
Para quem vai jogar no computador, o jogo tem suporte não só para Windows, mas também para MacOS e Linux (SteamOS). Confira aos requisitos mínimos e recomendados para jogar Two Point Museum no computador, em cada sistema operacional, na página do jogo no Steam.
Two Point Museum está disponível para PC (via Steam), PlayStation 5 e Xbox Series X/S.
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