Ashen é um jogo Soulslike que brilha na exploração e aventura
Jogo de estreia do estúdio australiano A44 (que depois também fez Flintlock, lançado esse ano), Ashen saiu em 2018 para PC, PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One, chegando agora ao catálogo do Game Pass. Se você é assinante do serviço e gosta de jogos de RPG ao estilo Soulslike, não durma no ponto e jogue logo. Ou aproveite a promoção de 75% de desconto no Steam, que vai até 9 de dezembro. Ashen é um jogo Soulslike com uma identidade própria e que traz ótimas ideias para incrementar a receita estabelecida pela FromSoftware.
O jogo conta a história de um andarilho em busca de um lar, vagando entre a luz e a escuridão. O centro da narrativa é a construção desse lar, que acontece enquanto você explora ambientes, encontra outros personagens e vai desvendando os segredos de um mundo perdido entre a esperança e o desespero. Seus habitantes aguardam o retorno de Ashen, a divindade implacável que dá nome ao jogo, que desapareceu e mergulhou o mundo na escuridão. A trama é contada de forma um pouco mais clara do que a de um jogo Soulslike mais tradicional, com conversas que fazem sentido entre os personagens, aproveitando bem a participação do escritor Mark Lawrence, autor da “Trilogia dos Espinhos”, que assina o roteiro.
Low Poli Atmosférico
Ashen é um jogo Soulslike que bebe bastante da franquia Dark Souls em suas mecânicas mais básicas, mas se destaca da concorrência pela identidade própria, que vem em grande parte de sua direção de arte. O jogo da A44 traz cenários desenhados à mão e personagens feitos ao estilo ‘Low Poli’, ou seja, com uma baixa quantidade de polígonos. É um estilo que eu aprecio muito, ainda mais hoje em dia, em que as produções buscam oferecer cada vez mais realismo visual. Os personagens de Ashen nem rosto têm e mesmo assim, esbanjam carisma.
Esse visual mais simples dos personagens e criaturas permite que o jogador aprenda a reconhecer o tipo de inimigo e sacar seus movimentos assim que os avista. Também realça o ambiente ao redor, com florestas, acampamentos, montanhas e cavernas sombrias, correntezas enganadoras e ossadas que indicam perigo nas proximidades. É uma atmosfera meio sombria, mas também convidativa para quem busca uma boa aventura.
Ashen é um jogo Souslike?
Além dos RPGs Soulslike, Ashen se inspira muito nos clássicos jogos de Legend of Zelda, da Nintendo. A localização de suas missões é bem clara no mapa, mas todos os outros elementos ao redor, não. Você vai descobrindo pontos de referência, grutas que escondem monstros (e tesouros), assim como quebra-cabeças legítimos, sem indicação alguma, no máximo uma frase dita por algum NPC em uma conversa passageira, e olhe lá. Explorar cada nova área é empolgante, justamente por isso. Você tem um mapa para não se perder, mas ele não é apinhado de pontos de referência guiando o caminho.
O sistema de combate é o básico dos jogos Soulslike, com ataques fortes e fracos, bloqueios com o escudo, armas mais leves e mais pesadas, e uma esquiva salvadora. É preciso ficar de olho na barra de estamina e nunca confiar demais nas suas habilidades. Você salva seu progresso em santuários e deixa Scoria, a moeda usada para a progressão, ao morrer, precisando voltar ao local para recuperar os pontos perdidos. Ler os movimentos dos oponentes e manter a calma é o segredo para o sucesso. Veteranos dos jogos Souslike podem achar Ashen um jogo mais fácil, principalmente por seu design pensado na cooperação.
O jogo inteiro foi projetado para ser jogado em dupla, mesmo que você esteja sozinho. O herói (ou heroína, você cria seu próprio boneco) é sempre acompanhado por algum outro aventureiro, seja humano ou controlado pelo jogo. De fato, ao jogar online, seu colega vai ser substituído de forma imperceptível quando você estiver na mesma área de outro jogador, um truque muito bacana da produtora A44. Além disso facilitar os combates, pois seu companheiro de aventura divide a atenção dos inimigos, também amplia as possibilidades de exploração. Há mecânicas para pedir ajuda para subir em algo e para levantar o colega, por exemplo. Dentro de uma caverna realmente escura, um dos dois pode empunhar uma lanterna e o outro uma arma pesada de duas mãos, aumentando o potencial de dano que vão causar nas aranhas e outras criaturas que habitam a escuridão.
Ashen é um jogo Soulslike, mas que busca se diferenciar com essas mecânicas de cooperação e também pela direção de arte. É uma aventura contida, que um jogador habilidoso vai finalizar em cerca de 16 horas, mas pode aumentar esse total para umas 26 horas até completar 100% dos seus desafios e segredos. Ou seja, uma ótima pedida para aquele fim de semana em que você só quer explorar um mundinho sombrio e cheio de perigos e aventuras – e quem sabe, fazer isso ao lado de um amigo!
Ashen está disponível para PC, PlayStation 4, Switch e Xbox One. O jogo está incluso no catálogo do Game Pass.
*Esta análise foi feita no Xbox Series X.
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